2013 – 2015 – Lotado no Setor de Acórdão
Escolaridade: Bacharel em Direito
Profissão: Advogado
Atualmente dono do Escritório Advogados Associados Alderito Assis
Área de atuação: Tenho algumas unidades no rio e em Pernambuco especializada na área trabalhista, civil, previdenciária e de família
Função: Dono/Diretor

Depoimento

Antes de entrar no programa apesar de muito esforçado e estudioso eu era de uma família muito pobre e sem muitas perspectivas e influencias. Lembro que acordava já com 8 anos as 5h da manhã e ia com meus avos comprar milho e carregávamos aqueles sacos pesados, chegando em casa tinha um baita trabalho para limpar, ralar, fazer bolo de milho, canjica, pamonhas e outros.

Como eu era o mais velho de 8 irmãos eu era responsável em ajudar os meus velhos que nos criaram, com isso quase 15h terminávamos e íamos levar isso lá para o centro de agua fria para vender.
Dentro de tudo isso ai eu ainda tinha que ir para escola e ainda assim chegue a ser premiado como o melhor aluno do colégio!
Lembro de uma cena muito engraçada que foi um dia que cheguei na sala de aula e as meninas estavam esperando na minha sala com tesoura na mão para cortar meu cabelo, por que não tínhamos 3 reais para cortar o cabelo e por ter um cabelo crespo eu era chamado de bucha na sala e eu corri o bairro inteiro até chegar no ponto de venda dos meus avós para as meninas não me pegarem.

Estou relatando isso para dizer que essa era minha vida antes de chegar no tribunal e com 16 anos entrei no programa e minha visão sobre muitas coisas mudaram. Comecei a sonhar e tive participação de muitas pessoas do tribunal nesses dois anos.

Lembro que um dia cheguei no tribunal sem almoçar e isso era constante, por que assim que entrei no tribunal eu também passei para um outro programa de estágio pela manhã lá em linha do tiro para dar aula de informática para crianças até meio dia.

As vezes, não dava tempo de almoçar dentro do ônibus e com isso eu chegava no TRF sem comer. Acho que Paulo era o nome do técnico do meu setor, ele percebendo que eu não tinha almoçado me convidou para comer lá em cima. Ainda inexperiente ao invés de deixar ele ir na frente, logo aceitei e fui na frente, então fiquei vislumbrado com aquela variedade de comida kkk, então coloquei estrogonofe e aí vi a lasanha, por isso coloquei também, depois coloquei salgadinho, depois salpicão, e depois sai colocando e colocando até que percebi que não dava mais nada no prato e ai pesei, pasmem!
O valor era absurdo na minha concepção e quando sentei com meu chefe o prato dele não tinha nem 30% do que tinha no meu mais ele foi tão educado que fingiu que nem percebeu.

Quando fiz 18 anos, já tinha finalizado o ensino médio, passado no vestibular para psicologia decidi sair do estágio em linha do tiro até mesmo por que eu estava dormindo pouco, já que morava em jardim paulista baixo e pegava 3 ônibus até o primeiro estágio, um para o TRF, depois mais 2 ou 3 até o terminal lá de casa.



Lembro de muitas vezes inclusive ter chegado em casa e ter ficado estudando para as provas da escola e do curso de inglês que ainda fazia com os pés dentro de um balde com água gelada para me manter acordado.



Então decidi sair de Pernambuco em busca de conhecer minha mãe aqui no RJ assim como de buscar ajuda por ter sofrido um abuso quando jovem de um familiar ai em Pernambuco e está precisando de ajuda para desabafar sobre o assunto. Por isso gravei um DVD cantando e vendi no TRF diversas cópias e com o valor vim para o RJ.
Larguei meus irmãos, meus avôs, tios, meu pai que sempre morou ai e fui em busca de ajuda e de uma nova vida.

Quando cheguei no RJ no dia do meu aniversário encontrei uma cena de tragédia. Minha mãe, vivia a mesma pobreza que minha família e ainda era espancada pelo marido que era presbítero da igreja. Peguei uma faca para defender ela e tirei ela de casa, mas com medo de não se sustentar ela me colocou para fora de casa e encontrou outro homem para viver e disse que como eu já era adulto conseguiria me virar.

Foi ai que minha vida virou uma tragédia.
Fui morar nas ruas do rio de janeiro, e na primeira noite dormindo num ponto de ônibus, em frente a uma favela os bandidos furtaram todas as minhas malas e eu não tinha o que vestir e nem o que comer.
Depois de um tempo desisti de viver e tentei o suicídio através de um pote de veneno de rato.
Lembro que quando percebi que estava morrendo me joguei na frente de um ônibus e entrando nele desmaiei e quando me dei conta estava dento de um saco de lixo dado como morto no corredor de um hospital público do rio, HOSPITAL PEDRO SEGUNDO!
Eles colocaram dois sacos de lixo um pela cabeça e um pelos pés e eu acordei mais não conseguia me mexer, era como se eu estivesse com uma paralisia, logo depois de alguns minutos comecei e sentir um frio estranho e depois aquele frio se tornou tão agressivo que comecei a me debater na maca de ferro.
Foi ali que ouvi gritos dizendo ele está vivo e assim que rasgaram o saco lembro claramente de umas três mulheres com roupão da mesma cor orando e os médicos brigando com enfermeiros e colocando sonda pelo nariz para fazer lavagem!

Resumindo a história que é longa.
Fiquei 7 dias no CTI internado e encontraram minha mãe e assim que ela entrou na sala e me viu naquele estado, magro, sem forças já que só me alimentavam de liquido e cheio de fio que mediam meu batimento cardíaco ela disse:
“Você quer se matar? Então eu mesmo vou te matar!”, e começou a me bater e arrancar os fios que estavam grudados em meu corpo.
Isso gerou uma correria no CTI e o médico pegou ela pelo pescoço com uma chave de braço e ela foi expulsa e proibida de estrar no hospital.

Foi ai que a minha vida começou a ter um novo rumo, pois assim que fui liberado para enfermaria um homem disse ser um homem de Deus e ter um recado para mim. Desconfiado disse que eu era da Igreja Batista Tradicional e não acreditava nessas
histórias.
Ele me disse:
“Então vou te dar uma prova!”.
E aquele homem que não lembro o nome, começou a revelar minha vida de Recife que não tinha como ele saber, até sobre o abuso sexual que sofri quando adolescente que ninguém sabia.
Em prantos e agora acreditando, eu disse que ele podia falar. Ele disse que Jesus estava me dando uma nova chance de vida.

Naquele dia uma família de uma igreja que eu cheguei a cantar antes de ir morar na rua (pois esse é um detalhe que não contei, mas em um jornal do tribunal isso está registrado, mas eu tinha um sonho de ser cantor e ainda antes de ser expulso da casa da minha mãe assim que cheguei no Rio, cantei em algumas igrejas, fui para o programa do Raul Gil em São Paulo e do Ídolos, cheguei a passar em algumas fases mais em uma delas eu travei e não consegui cantar mais).

Como estava dizendo essa família que me viu cantando, especificamente a senhora Luiza Isaltino.

Essa senhora, tem uma deficiência nas duas pernas mais me acolheu em sua casa mesmo morando sozinha e não tendo condições financeiras.
Ela disse que sentiu de Deus que deveria me ajudar e mandou me avisar lá no hospital que queria conversar comigo quando soube de tudo que ocorreu. Ela me ofereceu um quarto e disse que não poderia me ajudar financeiramente por que ela só tinha um benefício assistencial do governo e gastava com muitos remédios e logo aceitei pois não tinha nem onde dormir.
Passei a morar na casa dela e a família dela me trata como se eu fosse da família até hoje. Lá fiquei quase 5 anos e foi onde fiz minha faculdade de Direito.

Quando decidi fazer a faculdade, decidi por ser particular por não ter condição de custear toda a estrutura que a pública exigia e ela disse que sabia fazer alguns doces e estava disposta a me ensinar.

Essa senhora me ensinou a fazer empada, café, picolé, tortinha de diversos sabores e assim eu fiz a minha faculdade, vendendo de porta em porta todos os dias. Eu entrava no ônibus por trás, ia lá na frente vendia dentro dele e dizia que era para custear meus estudos e ali com o valor pagava minha passagem, descia na faculdade e ao invés de assistir aula eu ficava vendendo para os meus colegas de sala café para eles, tapioca, empada enquanto eles assistiam aula e na hora do intervalo eu ia nas outras salas levando o que sobrou e o picolé que tinha ficado na cantina da faculdade.
Voltava para casa e pegava uma bicicleta e colocava isopor com mais produtos e pedalava por vários bairros me apresentando como estudante de direito e pedia para comprarem meus produtos.

Coloquei um cartaz na minha parede e isso aprendi com o Juiz Federal William Douglas aqui do Rio de Janeiro, coloquei 10 sonhos através de cortes de revistas e todos os dias que eu precisava estudar de madrugada ou madrugar para fazer os bolos eu olhava para aqueles sonhos e tinha coragem e disposição para me superar.

Quando cheguei no 8º período da faculdade, decidi fazer a prova da ordem e passava várias noites acordado por não poder estudar de dia pela necessidade de vender e custear meus estudos.
Lembro de parte da madrugada essa senhora acordar comigo para começar a fazer os bolos. Ela estava comigo para tudo, mesmo com dor nas pernas dela.

Nesse período ainda decidi casar antes de passar na OAB e passei a morar de favor com meu sogro e com a minha esposa que hoje é Engenheira. Nos conhecemos quando eu vendia tortinha na casa dela e ela era já estudante de Engenharia e nos apaixonamos.
Nos casamos sem festa e não tínhamos dinheiro nem para dormir a primeira noite fora.
Hoje temos três filhos, o primeiro adotei, Asafe, a segunda Laura e o José que chegará mês que vem.

Casado já, morando de favor, vendendo coisas de porta em porta eu resolvi fazer a prova da ordem e parei tudo na minha vida!
Decidi ficar trancado em um quarto. Eu fiz um programa de estudo e das 18 matérias que cairiam na prova eu precisava de 40 dias estudando para concluir todo o programa.

Lembro que nesse período minha esposa passou a trabalhar na faculdade onde estudava e ela ia dormir, acordava para ir trabalhar e eu ainda estava estudando a base de cafeína.

Nesse período eu não sai para cortar cabelo, não sai para festas, igreja, nada!
Fui fazer a prova e fiquei tão nervoso e perto de marcar o gabarito eu decidi mudar uma mente de questão e ao chegar em casa descobri que faltou uma questão para entrar e que a minha mudança de questões foi indevida e perdi um monte de pontos.
Não desisti.
Três meses depois teve outra prova e eu passei, mas eu ainda tinha a segunda fase que não eram mais as 120 questões mais eu tinha que fazer um processo e eu nunca tinha feito um na vida e nem na faculdade além de responder algumas questões dissertativas.

Decidi fazer a segunda prova em direito tributário e ganhei uma bolsa de um curso online famoso do Rio e passei mais 30 dias trancado!
Só que fiquei tão conhecido pela minha história e ajudando alunos em todo o Brasil que fazia a modalidade online que o dono do curso antes da prova me convidou para ir no curso presencial dar uma palestra motivacional e em seguida fiz a prova e passei.

LEMBRO QUE AINDA FALTAVA QUASE UM ANO PARA ACABAR A FACULDADE E EU JÁ ESTAVA APROVADO NA OAB E ISSO ERA UM MARCO NA HISTÓRIA DOS JOVENS DO MEU BAIRRO, DA MINHA SALA DE AULA, DOS MEUS AMIGOS!

Eu ainda fui convidado para dar aula nesse curso onde dei palestra antes de acabar a faculdade e passei a dar aula de reforço de Direito Tributário.

Terminei minha faculdade e fui trabalhar advogando para o Banco Itaú.
Foi ai que percebi que depois de tantas coisas que passei eu continuava sendo um peão só que agora de terno e gravada e com um salário que não tinha previsão de crescimento, e olhava ao meu redor via advogados mais velhos naquela situação e foi ai que decidi abrir meu escritório e todos aqueles meus clientes de tortinhas se tornaram clientes do meu escritório.

A minha sala no Rio de Janeiro era bem pequena e a minha esposa que trabalhava comigo. Várias noites dormi na minha mesa de trabalho por que eu não tinha funcionários.
E fomos crescendo e hoje eu sou o maior escritório da Zona Oeste.
Tenho duas unidades no estado do Rio de Janeiro, recentemente abrir um escritório no estado de Pernambuco e tenho mais de 23 funcionários!

Hoje tenho um programa para jovens iniciantes da Faculdade de Direito e já ensinei muitos deles.

Todos os meus funcionários foram pessoas que treinei do zero e alguns deles já conquistaram cargo de Diretoria das minhas unidades.

Um deles recentemente conquistou a vaga em Pernambuco e se mudou do estado e está dirigindo a minha mais nova unidade.

Hoje dou palestra em vários lugares para jovens, adultos e consigo impulsionar várias pessoas a buscarem a sua melhor versão e não desistirem.

Ah! e não para por ai.
Aquela senhora que me ajudou:
Reformei a casa dela, hoje ela tem uma casa confortável, sou o mantenedor de várias despesas dela como compras, luz e ela faz parte da minha família.

E a minha mãe que eu por um tempo odiei e não quis nem olhar na cara dela, eu perdoei, conheci Jesus de forma real e hoje ela trabalha para mim, mora em um dos meus imóveis aqui do Rio e faz parte da minha família.

Ainda quando voltei de Pernambuco trouxe uma prima minha para trabalhar na minha empresa e ajudar ela a mudar de vida.
Quando fui inaugurar meu escritório, decidi abri-lo perto da minha casa em Paulista Baixo para meus avós verem sempre o fruto da criação que me deram, levei meus filhos para conheceram o meu pai e depois de muitos anos vi minha família.

Infelizmente no meio de tudo isso perdi um irmão que se entregou as drogas e foi assassinado, outro está internado fazendo tratamento para se livrar das drogas mas consegui contar para minha família quem cometeu o abuso, até para evitar que isso ocorra com meus primos, e hoje eu tenho uma vida completamente diferente.

Vou deixar abaixo alguns links onde podem ver o resultado dessa história e a intenção não é uma autopromoção mais sim um sentimento de gratidão por esse programa que me deu um norte para vida profissional.
Se não fosse o programa de onde eu tiraria essa história de me tornar advogado?
Essa abaixo é minha família.

UNIDADE RIO DE JANEIRO – CAMPO GRANDE

UNIDADE RIO DE JANEIRO – SANTA CRUZ

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